Título: Mantega minimiza PIB
Autor: Claudia Mancini
Fonte: Jornal do Brasil, 10/12/2005, Economia & Negócios, p. A19
Para ele, resultado trimestral é provisório
MONTEVIDÉU - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, afirmou que a queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre ''pode indicar que houve excesso de zelo'' com a taxa básica de juros e que o país poderia crescer entre 4% e 4,5% sem gerar inflação. Sua previsão é de que o PIB cresça de 2,5% a 3% em 2005. Segundo ele, não haverá uma virada na política econômica em 2006, mas ''fala-se'' num ajuste nos juros.
Mantega acredita que após a revisão do PIB do terceiro trimestre o recuo será de 0,9%.
- Os PIBs trimestrais são por definição provisórios. Devem ser vistos mais como indicação se a economia está acelerando ou desacelerando.
Segundo ele, o PIB do terceiro trimestre mostrou um desaquecimento dos investimentos, que crescerão 1% em 2005, em comparação aos 10% registrados em 2004.
- A melhor arma contra a inflação é a oferta - disse, ao mencionar o papel do BNDES de fomentar a capacidade produtiva. Ele defendeu, no entanto, o superávit de 4,25% previstos para o orçamento de 2006.
Mantega afirmou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá analisar, em sua reunião da próxima quinta-feira, uma mudança na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 9,75% ao ano. Para ele, a TJLP não impede a queda da Selic, hoje em 18,5%, porque a primeira é parâmetro para investimentos, portanto para a oferta de médio prazo, não aquecendo a economia mais que o desejável, enquanto a segunda é parâmetro do consumo, tratando do curto prazo.
Segundo ele, o fluxo de recursos que o BNDES recebe e os que empresta tem saldo praticamente zerado, ''então não gera aumento de demanda agregada''. De janeiro a novembro, o banco liberou US$ 40 bilhões e se esforça para chegar aos US$ 50 bi previstos. Mas pode fechar o ano em cerca de US$ 47 bilhões.