Título: China negocia aeronaves
Autor: Virgínia Silveira e Franci Monteles
Fonte: Jornal do Brasil, 16/11/2004, Economia & Negócios, p. A-17
O apoio do presidente da China, Hu Jintao, às exportações da Embraer na China, deve recuperar as previsões comerciais feitas inicialmente para esse mercado, cujas vendas estavam aquém do previsto. Um novo contrato para a venda de 10 aeronaves, segundo Curado, está avaliado em US$ 200 milhões. A Embraer não revelou o nome da companhia aérea, devido ao contrato ainda estar em fase de negociação. Os negócios com os chineses podem aumentar ainda mais os ganhos da empresa brasileira. A Embraer divulgou, ontem à noite, lucro de R$ 396,8 milhões no terceiro trimestre, 346,5% a mais que em igual período de 2003. Nos nove primeiros meses deste ano, a companhia acumula lucro líquido de R$ 973,5 milhões.
Também ontem, o presidente chinês visitou a fábrica da Embraer, onde foi recebido por seu presidente, o executivo Maurício Botelho. Durante a visita, de menos de uma hora, Jintao conheceu alguns dos modelos fabricados pela Embraer.
Segundo o vice-presidente da Embraer para o Mercado de Aviação Comercial, Frederico Fleury Curado, a empresa estima uma demanda de 100 aeronaves na China, na faixa de 30 a 50 lugares, representando negócios potenciais da ordem de US$ 2 bilhões.
A fábrica da Embraer na China (HEAI), uma joint-venture entre a Embraer e a empresa estatal China Aviation Industry Corporation já vendeu seis aviões para a China Southern Airlines desde que entrou em operação, em 2003. Em setembro de 2000, a Embraer estreou no mercado asiático, com a venda de cinco jatos regionais para a companhia Sichuan Airlines.
- O apoio declarado pelo presidente da China é fundamental para a retomada das vendas - disse. O governo da China, segundo Curado, está ciente da necessidade de se implementar mudanças no sistema aeroportuário chinês, de modo a beneficiar igualmente, tanto as grandes quanto as pequenas companhias aéreas.