Título: Coréia do Sul é a próxima fronteira
Autor: Gisele Teixeira, Luciana Otoni e Riomar Trindade
Fonte: Jornal do Brasil, 16/11/2004, Economia & Negócios, p. A-17

O presidente da República da Coréia do Sul, Roh Moo-Hyun, desembarca hoje em Brasília, acompanhado de ministros e de empresários. No final da tarde, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o mandatário coreano assinarão memorandos de entendimento nas áreas de mineração e energia, dois segmentos de interesse dos empresários coreanos no Brasil. A Posco, companhia coreana do setor de mineração, é uma das empresas interessadas em formalizar joint-venture no Brasil. Negociações nesse sentido vêm sendo mantidas com a Companhia Vale do Rio Doce, informou o conselheiro coreano Kee Woo Lee.

A Coréia é o terceiro maior parceiro do Brasil na Ásia. De janeiro a setembro deste ano, as trocas comerciais entre os dois países totalizaram cerca de US$ 2,3 bilhões. A Coréia e o Brasil constituem dois pólos complementares. Na área de tecnologia, por exemplo, a Coréia é avançada em hardware e o Brasil em software.

- Tem havido muitos entendimentos sobre isso, e também em biotecnologia e cooperação acadêmica, o que mostra a grande fertilidade que existe no relacionamento entre os dois países - destacou o embaixador Edmundo Fujita, diretor do Departamento de Ásia e Oceania do Itamaraty.

Um dos fatores que limitam os investimentos das empresas coreanas no Brasil é a carga tributária, considerada alta pelos investidores estrangeiros. O Brasil busca uma maior aproximação com a Coréia do Sul em duas frentes: em negociações individuais para a complementação de bases de produção, como a do setor de semicondutores, e por meio de um acordo de comércio tratado no âmbito do Mercosul.