Correio Braziliense, n. 21880, 11/02/2023. Política, p. 2
Mergulho na história afro-americana
Yasmin Rajab
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, visitaram, ontem, o National Museum of African American History and Culture. A titular da pasta tem o objetivo de trocar tecnologias e metodologias para a criação de espaços semelhantes no Brasil. O acervo do local reúne 3.500 artefatos em exposição e 35 mil em coleção, representando momentos históricos da população negra no país, como a escravidão e o Movimento dos Direitos Civis.
Anielle pretende compartilhar os conhecimentos adquiridos com outros órgãos, incluindo o Ministério da Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Fundação Cultural Palmares. “Foi emocionante ver a história registrada de maneira tão profunda. O museu não é apenas sobre a história da escravização, mas também sobre a história de resistência, luta e cultura negra”, disse.
Segundo a ministra, “ficou ainda mais evidente o papel do Brasil na história da população negra africana no continente e em todo o mundo”. “Isso mostra a importância de termos áreas tombadas e o museu no Cais do Valongo”, continuou, referindo-se ao espaço que deve ser criado no Rio de Janeiro, no cais por onde passaram mais de um milhão de escravizados para ficar no Brasil ou serem encaminhados a outros países das Américas.
Anielle viajou aos Estados Unidos, na delegação presidencial, para tratar do combate ao racismo com representantes do governo do país.
Ela teve reunião, ontem, com a representante especial para Justiça e Igualdade Racial do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Desirée Cormier Smith. O principal tema da conversa foi o Japer, acordo bilateral entre EUA e Brasil para o enfrentamento ao racismo.