Título: PT discute alianças, sem ter candidato
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 11/12/2005, Brasília, p. D3
O nome do candidato petista ao governo do DF não deve ser decidido antes de janeiro. A reunião do diretório nacional, iniciada ontem, em São Paulo, deve estabelecer o calendário de realização das prévias de cada unidade da federação. No DF, as decisões para as eleições do próximo ano são esperadas para depois da reunião do diretório regional, marcada para o próximo sábado. Até lá, dirigentes do partido começam a discutir alianças políticas com outras legendas, a traçar o perfil das candidaturas com os sete pré-candidatos e a definir as tendências internas do PT. A chapa mais forte é da Articulação, do presidente do partido local, Chico Vigilante, e da líder da bancada petista na Câmara Legislativa, Érika Kokay. Apesar de ter o maior número de filiados, a ala não tem pré-candidato ao governo local.
- Temos nomes à altura para indicar, mas para facilitar o consenso não apresentamos nenhum - afirma Vigilante.
Definição - Antes de escolher o nome do candidato ao Buriti, o PT aguarda a definição sobre a verticalização. A manutenção ou queda da medida não influencia muito o cenário da esquerda no DF, pois as possíveis coligações locais devem ser repetidas em plano nacional.
Entretanto, a queda da verticalização pode mudar bruscamente o quadro de candidatos ligados ao governador Joaquim Roriz (PMDB). Com a regra, o PMDB, representado por dois pré-candidatos - Maurício Corrêa e Tadeu Filippelli - dificilmente formalizaria aliança com o PSDB, de Maria de Lourdes Abadia, e o PFL, de José Roberto Arruda e Paulo Octávio. No entanto, caso a norma mude, Roriz pode investir na candidatura única e tornar mais difícil a briga do PT pelo Buriti.
- Se cair a verticalização muda completamente a tática do inimigo - afirma o secretário de Relações Institucionais do PT, Gustavo Balduíno.
Indefinição - No DF, nem mesmo a lista dos pré-candidatos está definida. Geraldo Magela ainda não sabe se vai sair para governador ou para deputado federal. As correntes que o apóiam também não chegaram a um acordo. Em janeiro, o petista pretende visitar as cidades do DF para sentir a reação dos eleitores. Após visitar todas as zonais ele deve definir a qual cargo quer concorrer.
A decisão de consultar os eleitores teria surgido após reações de diversos segmentos do partido sobre a possível desistência de Magela em concorrer ao GDF, publicada pelo Jornal do Brasil.
Caso decida concorrer ao governo local, Magela deverá participar de disputa interna no partido, que terá outros seis pré-candidatos: Arlete Sampaio, Chico Leite, Sigmatinga Seixas, Chico Floresta, Dorgil Marinho e Cláudio Santana. O deputado Chico Vigilante, defensor do consenso, espera ter candidato definido antes das prévias do diretório nacional, previstas para março.
- É fundamental que isso aconteça. É preciso que todo mundo tenha o juízo necessário para não colocar o partido em uma disputa sem sentido - afirma Vigilante.