Valor Econômico, v. 20, n. 4981, 15/04/2020. Brasil, p. A2
Casos novos da doença voltam a ganhar força no país
Rafael Bitencourt
Fabio Murakawa e Murillo Camarotto
Com 204 novas mortes em 24 horas, o Brasil chega a 1.532 pacientes que já perderam a vida após o contágio pelo novo coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. A relação do número de óbitos com os 25.262 casos confirmados da doença covid-19 indica uma taxa de letalidade de 6,1%.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta disse que a transmissão está crescendo numa velocidade de 8% a 10% por causa das medidas de isolamento social. Ontem, no entanto, houve um incremento de 15% nos casos confirmados. “Estamos vivendo dessa redução de mobilidade, que se presta para que a gente aumente a nossa capacidade de atendimento”, afirmou o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
São Paulo, no topo da lista de Estados com casos da doença, registra 9.371 confirmações. Outros Estados também apresentam um número expressivo de confirmação, como Rio de Janeiro (3.410), Ceará (2.005), Amazonas (1.484) e Pernambuco (1.284).
Tocantins segue como o único Estado sem registro de morte até este momento. O maior número de óbitos relacionados à covid-19 ocorreu em São Paulo (695), seguido de Rio de Janeiro (224), Pernambuco (115) e Ceará (107).
Mandetta afirmou que continua monitorando a evolução dos casos dentro e fora do Brasil para definir as medidas de enfrentamento. “O vírus vai escrevendo seu comportamento. Não existe doença nova que se comporte de maneira igual no mundo inteiro e não sabemos como se comporta num país como o nosso”, afirmou.
O ministro declarou, ainda, que o governo está realizando um chamamento público para estruturar um “pool” de laboratórios públicos e privados. O objetivo é acelerar o número de testes realizados diariamente no país. Segundo ele, há uma expectativa de que seja produzido um número cada vez maior de exames certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para chegar ao ponto em que testes rápidos possam ser vendidos até em farmácias.
Ontem, o Ministério da Saúde tornou compulsória, por meio de portaria, a notificação da taxa de ocupação de leitos em unidades de saúde públicas e privadas. “Essa informação é fundamental para qualquer tipo de tomada de decisão. São duas variáveis: a transmissibilidade da doença e a capacidade para atender”, afirmou.