Título: Campanha bate recorde
Autor: Leandro Bisa
Fonte: Jornal do Brasil, 16/11/2004, Brasília, p. D-3

A quantidade de pistolas, revólveres e similares apreendidos vem crescendo anualmente. Se em 2004 o número de apreensões já é 3% maior que em 2003, o percentual sobe para 23% de aumento em relação a 2002, quando 1.495 armas acabaram apreendidas, e 70% em relação a 2001, que teve 1.078 armas retiradas das ruas pela PM. O número, apesar de alto, não se compara aos resultados que vem alcançando a Campanha do Desarmamento. Entre 16 de agosto, quando as delegacias de polícia do DF passaram a receber armas entregues espontaneamente, e 22 de outubro, 1.826 armas foram recolhidas. Isso representa uma média aproximada de 29 armas recolhidas por dia. Em contrapartida, a média de apreensões por meio das ações repressivas registra média aproximada de seis armas por dia.

A Secretaria de Segurança Pública espera agora que o número de armas recolhidas aumente ainda mais com a adesão do Corpo de Bombeiros à campanha. Em recente solenidade, o secretário de Segurança Pública, Athos Costa, chegou a declarar que muitas pessoas não se sentem à vontade em entrar numa delegacia para deixar um revólver ou por qualquer outro motivo. Ele acredita que as pessoas ficariam bem mais confortáveis fazendo a entrega num quartel do Corpo de Bombeiros. Sucessivas pesquisas apontam que o órgão está entre os mais bem vistos do governo.

Para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Renato Azevedo, a corporação que comanda deve mesmo ficar por conta da repressão, tentando retirar das ruas das revólveres, pistolas e espingardas pertencentes a pessoas que não pretendem se desfazer delas.

Termina no próximo dia 23 de dezembro o prazo para que as armas possam ser entregues espontaneamente ao governo mediante o pagamento de indenizações - R$ 100, R$ 200 e R$ 300, dependendo do calibre. Entretanto, o GDF está negociando junto ao Ministério da Justiça a possibilidade que o prazo, no DF, seja prorrogado pelo menos até o meio do ano que vem.