Título: Alckmin se lança à Presidência
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 14/12/2005, País, p. A5

Governador de São Paulo acredita no consenso para disputar eleição. Serra, principal adversário no PSDB, não comenta

SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), lançou oficialmente sua pré-candidatura à Presidência da República e disse ontem em Sumaré, São Paulo, que não haverá disputa interna nas prévias do PSDB que definirão quem será o candidato do partido à Presidência da República em 2006. Ele disse que busca ''entendimentos'' para ser o único candidato. - O PSDB não tem tradição de disputa. Tem tradição de consenso. Eu acredito que não haverá disputa. Estou buscando entendimento com meus companheiros - disse. Questionado se o PSDB pode chegar nas prévias com ele como o único candidato do partido, respondeu: - Acho que pode. O caminho é o caminho do entendimento e as conversas estão indo bem. Alckmin afirmou também que, caso seja mesmo o candidato do partido, deve esperar até a data limite estipulada pela legislação eleitoral, no dia 30 de março de 2006, para se desligar do governo . Além de confirmar a sua candidatura, o governador já definiu qual será o assunto que terá ênfase na campanha. - A ênfase na campanha é combater a pobreza, com emprego e renda. O problema é como isso acontecer sem voltar a inflação. E não fazer de forma populista. Também não adianta. É o chamado vôo de galinha - disse. Ele emendou fazendo comparação com a situação econômica do país: - Espero que tenhamos ao menos vôo, porque o PIB caiu 1% no último trimestre. Apesar de apostar no consenso com relação a sua candidatura, Alckmin citou outros tucanos. - O PSDB tem bons nomes. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o prefeito de São Paulo, José Serra, o presidente Fernando Henrique Cardoso, que é sempre hors-concours, e o presidente do partido, Tasso Jereissati. Mas esta definição deve ocorrer no ano que vem. As declarações de Alckmin foram recebidas com cautela no PSDB. O presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), julgou natural que o governador tenha assumido sua candidatura à Presidência, mas ponderou que a legenda ainda não tem uma definição. - Ele é o governador de um Estado que poderia ser um país, mas não há definição no partido - disse Tasso. O senador reforçou que há outros nomes no partido, como Serra e Aécio. - As circunstâncias do momento levarão a um consenso em torno de um nome entre esses três - disse Tasso, sem detalhar os critérios que vão levar à definição, mas descartando, a princípio, as prévias. Enquanto Aécio não tem se manifestado sobre a disputa, Serra é o nome mais forte entre os tucanos uma vez que pesquisas de opinião recentes mostram que apenas o prefeito derrotaria Lula em um eventual segundo turno. Serra, entretanto, não se manifestou sobre a candidatura de Alckmin.