Valor Econômico, v. 20, n. 4981, 15/04/2020. Empresas, p. B3

Respiradores importados da China pela Suzano chegam hoje ao Brasil

 Stella Fontes 


Maior produtora mundial de celulose de eucalipto, a Suzano comprou na China 159 respiradores e 1 milhão de máscaras n95 para ajudar no enfrentamento da covid-19 no Brasil, e um lote importante dessa encomenda chega hoje ao país. De acordo com o presidente da companhia, Walter Schalka, os respiradores e uma parcela das máscaras, que serão doados à saúde pública, estão em um voo que saiu do país asiático na segunda-feira.

Além dessa contribuição, a Suzano tem em curso outras iniciativas, incluindo doação de papel higiênico e fraldas descartáveis, num pacote de ações com impacto social de R$ 60 milhões. Deste montante, R$ 50 milhões se referem a doações propriamente e R$ 10 milhões a um aporte, na forma de empréstimo, na fabricante brasileira de ventiladores pulmonares Magnamed.

O processo de contribuição tem requerido esforços relevantes para superar obstáculos, derivados da corrida de diferentes países por equipamentos de proteção e cuidados com doentes provocada pelo novo coronavírus. No caso dos respiradores, a Suzano poderia ter trazido mais equipamentos não fossem alguns cancelamentos de pedido, à revelia, diante da forte concorrência global.

De acordo com o diretor de relações e gestão legal da Suzano, Pablo Machado, para assegurar o recebimento das compras na China, a companhia desenvolveu algumas estratégias para reduzir o risco de eventual confisco. “É claro que há sempre o risco de confisco, mas a Suzano adotou medidas para mitigá-los, entre as quais a própria rota escolhida [via Dubai] e medidas diplomáticas junto a embaixadas e Itamaraty”, contou.

Segundo Schalka, o governo brasileiro tem apoiado “bastante” a companhia nesse processo. “O Pablo passou noites trabalhando para conseguir comprar os respiradores e máscaras”, contou, acrescentando que a companhia pretendia adquirir mais do que os 159 equipamentos que chegam amanhã ao país, mas alguns pedidos acabaram cancelados. “Estávamos preocupados com o embarque na China, mas o governo chinês também nos apoiou bastante”, disse. Os respiradores serão entregues aos Estados onde a Suzano tem operação e no Paraná, além de ao governo federal.

No apoio à Magnamed, que envolve também a busca de componentes para a montagem de respiradores, a produtora de celulose e papel enfrenta concorrência por essas peças e tem conversado com fornecedores internacionais que já trabalhavam com a empresa para ampliar o suprimento.

A Magnamed vai fornecer 6,5 mil respiradores ao Ministério da Saúde até agosto, mas sua capacidade produtiva é inferior a esse volume. Com o apoio de um grupo de empresas, liderado por Suzano, Positivo

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A Magnamed vai fornecer 6,5 mil respiradores ao Ministério da Saúde até agosto, mas sua capacidade produtiva é inferior a esse volume. Com o apoio de um grupo de empresas, liderado por Suzano, Positivo Tecnologia, Klabin, Flextronics e Embraer, terá musculatura para entregar o número de unidades contratado.

Com a demanda mundial aquecida pela covid-19, segundo Schalka, a busca por componentes tem sido difícil. “Foi positivo o fato de a Magnamed já ter contato com esses fornecedores. Estamos conversando com essas empresas para trazer esses componentes.”