Título: Arco rodoviário é alvo de cobranças
Autor: Sabrina Lorenzi e Marcia Arbache
Fonte: Jornal do Brasil, 14/12/2005, Economia & NEGÓCIOS, p. A17

O projeto de Parcerias Público Privadas (PPPs) foi o pano de fundo do seminário realizado ontem na Federação das Indústrias do Rio (Firjan) para a discussão de obras de infra-estrutura, com parte de recursos da iniciativa privada, entre as quais o Arco Rodoviário do Rio de Janeiro, cuja implementação foi objeto de convênio entre o governo do Estado do Rio e o Ministério dos Transportes. Orçado em cerca de R$ 700 milhões, o projeto começa, finalmente, a sair do papel. O Tesouro anunciou ontem que liberou R$ 60 milhões para duplicar um trecho de 33 quilômetros que vai de Santa Cruz a Itacuruçá. A extensão total da rodovia é de 145 quilômetros. O governo federal entra sozinho nas obras e aguarda definições jurídicas e de investidores para duplicar outros trechos e construir o arco efetivamente. É a primeira vez que o Tesouro conclui a análise de um projeto assumindo a gestão do empreendimento. Presente ao seminário, organizado pelo Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e revista Forbes Brasil, o secretário de Tesouro Nacional, Joaquim Levy, ouviu do secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio, Wagner Victer, queixas de que o estado tem sido prejudicado em relação à liberação de verbas federais. Victer lembrou que o projeto do Arco Rodoviário, cruzando nove municípios da Baixada Fluminense, não recebeu sequer os R$ 30 milhões previstos no Orçamento da União. Segundo Victer, esses recursos já poderiam estar sendo utilizados em desapropriações no entorno da rodovia. - Trata-se da principal obra de infra-estrutura para a região. É como colocar um porto em cada município da Baixada. Espero que o dinheiro que já estava previsto seja realocado. Para Victer, a obra permitiria melhor escoamento de cargas e impulsionaria o desenvolvimento do Porto de Sepetiba. O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, negou que o governo esteja retendo recursos para o Rio. Ele reconheceu o papel estratégico do Arco Rodoviário e ponderou que a discussão passa pela escolha de prioridades. Em relação aos R$ 30 milhões, Levy disse que os projetos elaborados pelo governo do Rio, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) mostraram que ''há opções de traçados que podem diminuir custos'' e evitar desapropriações. - Não vai ser por falta de recursos que o arco não vai sair - afirmou. (M.A.)