Título: Professores da UnB mantêm greve
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 14/12/2005, Brasília, p. D5

Assembléia decide esperar decisão de outras universidades, embora convencida de que não há como mudar projeto do governo

Professores da Universidade de Brasília (UnB) optaram em assembléia realizada ontem pela continuação da greve, por 64 votos a 46. A decisão será levada por representante da Associação de Docentes da Universidade de Brasília (Adunb) à reunião do Comando Nacional de Greve marcada para hoje e amanhã. Na assembléia, delegados de todas as instituições em greve devem apresentar a decisão de seu colegiado para definir se a greve será mantida em todo o País. A decisão de manter a greve na UnB foi tomada depois que o governo federal decidiu enviar ao Congresso Nacional Projeto de Lei rejeitado pelos professores universitários. Segundo o presidente da Adunb, Rodrigo Dantas, o projeto apresenta reajuste insuficiente àquele pedido pela categoria. - Além disso, o reajuste não é linear. Os docentes menos titulados vão receber reajuste mínimo. Por isso a categoria tem unidade na rejeição da proposta do governo - explica Dantas. Antes do envio do projeto, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) tentou evitar o encaminhamento do projeto de lei ao Congresso Nacional. De acordo com Dantas, 75 senadores e mais de 250 deputados assinaram documento pedindo ao governo que retomasse as negociações. Apesar do posicionamento da UnB pela continuidade da paralisação, algumas centrais sindicais preferem a saída unificada. O Ministério da Educação aposta nesta possibilidade e espera que a greve acabe até a próxima semana. - Estamos diante de uma situação muito grave. Temos uma indignação enorme com a proposta apresentada pelo governo. A greve é o nosso único recurso - afirma Dantas. O presidente da Adunb acredita que a continuidade da paralisação é a melhor forma de manter a luta. De acordo com os docentes favoráveis à greve, se desistirem agora estarão agendando nova paralisação para 2008. - Sabemos que não vamos conseguir quase nada do que pedimos, mas se não tivéssemos feito a greve não conseguiríamos nada - diz Dantas.