Título: Voto no Congresso pode mudar sucessão no DF
Autor: Luciana Navarro
Fonte: Jornal do Brasil, 13/12/2005, Brasília, p. D3

A decisão do Congresso sobre a manutenção ou queda da verticalização pode mudar o cenário político no Distrito Federal. Na corrida para o Buriti, os pré-candidatos da base governista esperam o anúncio de apoio do governador Joaquim Roriz para oficializarem os candidatos. Entretanto, se a verticalização for mantida será difícil levar à frente o desejo de candidatura única da base aliada. A votação da regra da verticalização na Câmara dos Deputados depende de quórum nas sessões ordinárias desta semana, em princípio a última do ano legislativo. A expectativa é de que a regra seja mantida. Caso isso aconteça, os partidos que lançarem candidatos em plano nacional não podem fazer alianças com legendas diferentes daquelas da coligação para o governo federal.

Como PFL, PMDB e PSDB - partidos da base de Roriz - devem sair com candidatura própria para o Palácio do Planalto, a união das siglas em Brasília fica mais difícil. Sem poder apoiar Maria de Lourdes Abadia (PSDB), Paulo Octávio (PFL) ou Arruda (PFL), o atual governador teria de escolher o seu candidato dentro do PMDB: Tadeu Filippelli ou Maurício Corrêa.

A única alternativa seria a chamada coligação branca, o apoio disfarçado e ocioso a um candidato de outro partido. A hipótese não resolve o problema de Roriz, pois não transfere o tempo de TV, nem permite manifestações públicas conjuntas.

Apesar da tendência de manutenção da verticalização, os pré-candidatos ao Burito não descartam alternativas para conquistar bênção de Roriz. O senador Paulo Octávio acredita que o PFL possa desistir da candidatura nacional. O nome mais cotado para sair ao cargo majoritário do Executivo é o do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL-RJ).

- Se o PFL não tiver candidato Nacional pode estar ao lado do PSDB e PMDB - analisa o senador.

Cogita-se a saída de um candidato pefelista como vice do PSDB em plano nacional. A costura política pode garantir coligação do PFL com algum candidato tucano no DF.

- São muitas emoções até o ano que vem. Dependendo da conjuntura política podemos ter candidato a vice e a presidente - diz Paulo Octávio.

O senador aposta que o quadro da disputa do partido será definido até maio de 2006. A convenção nacional da legenda está marcada para junho.

- Política é decidida sempre no último minuto, no último segundo - brinca o senador.

Para o secretário da Agência de Infra-estrutura e Desenvolvimento Urbano do GDF, Tadeu Filippelli, o fim da verticalização é a melhor alternativa. O pemedebista aposta em candidatura única da base.

- A queda seria melhor em função da grande aliança feita na última eleição, quando tivemos uma diferença de apenas 15 mil votos - diz Filippelli.