Título: Renan faz duras críticas ao governo
Autor: Juliana Rocha
Fonte: Jornal do Brasil, 15/12/2005, País, p. A2

Principal aliado do Planalto no Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez duras críticas ontem ao governo pela condução da crise política, da economia e das relações com os políticos ao longo de 2005.

Em discuso no plenário, no qual fez um balanço do ano, Renan defendeu o Congresso das críticas e ressaltou que em 200 dias de crise foram votadas 700 matérias pelo Senado.

- O Executivo errou ao reagir à crise com retórica - criticou o presidente do Senado.

Sem mencionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Renan Calheiros também condenou ''a paranóia dos que viram um golpismo midiático'' no desenrolar da crise. Na semana passada, Lula acusou seus adversários de golpistas.

Renan foi o fiador do apoio da maioria do PMDB ao governo no Congresso, na reforma ministerial de julho que deu ao partido três pastas. Em seu discurso, no entanto, ele fez questão de se declarar independente ao Planalto e à oposição.

- Não fui eleito para ser líder do governo ou porta-voz da oposição - disse Renan.

- O Congresso sairá dessa crise de cabeça erguida, melhor do que entrou - disse Renan, defendendo a apuração total dos escândalos que estão sendo investigados pelas CPIs.

O presidente do Senado disse também que os resultados da economia ficaram aquém do necessário, referindo-se à retração do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, e cobrou do governo a utilização de instrumentos que a seu ver estariam disponíveis para impulsionar o crescimento.

- A história não perdoa os omissos - disse.