Título: Crise política preocupa
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 15/12/2005, País, p. A3

A pesquisa CNI-Ibope mostrou que a população está preocupada com a vulnerabilidade da economia frente à crise política, que já se arrasta há sete meses. Saltou de 40%, registrados em setembro, para 48% na primeira semana deste mês o número de brasileiros que acredita no abalo negativo da economia por conta dos escândalos que assolam o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Por outro lado, 17% dos entrevistados afirmaram acreditar que a crise política não trará alterações para a economia - 7% menos que na sondagem anterior. A indefinição sobre a permanência ou não do ministro Antônio Palocci na pasta da Fazenda também foi abordada pela pesquisa. Cerca de 39% dos entrevistados acreditam que a saída do ministro não traria qualquer problema para a estabilidade econômica. O número é bastante aproximado do percentual de pessoas que avaliam com desconfiança uma possível demissão de Palocci, que é de 33%.

Outro índice que aciona o sinal vermelho no Palácio do Planalto é a avaliação negativa de todas as sete áreas questionadas pela pesquisa: combate à fome e à pobreza; saúde e educação; segurança pública; combate à inflação; taxa de juros; combate ao desemprego; impostos.

Carro-chefe da campanha de Lula em 2002, os programas sociais voltados à população de baixa renda revelam-se ineficazes para empurrar a boa avaliação do presidente. Metade dos entrevistados desaprova as políticas de combate à fome e à pobreza, contra 46% que aprovam. Comparado à sondagem anterior, diminuiu em 3% o número de brasileiros que aprova os programas das áreas de saúde e educação, registrado em 47% (sendo que 48% desaprovam).

- A compreensão da população sobre a crise avançou em determinadas faixas da população que na última pesquisa, em setembro, não havia mostrado reação mais clara - explicou Marco Antônio Guarita, diretor de operações da CNI. (M.S)