Título: Deputado Josias Quintal é internado em Brasília
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 15/12/2005, País, p. A4

No mesmo dia em que seria votado o processo de cassação do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) na Câmara dos Deputados, o deputado federal Josias Quintal (PSB-RJ) foi internado pela manhã em Brasília e foi submetido a um cateterismo após ter sofrido um infarto na véspera. Quintal é o relator do processo contra Romeu Queiroz.

Segundo a assessoria do Conselho, apesar da ausência de Josias, a votação de seu parecer foi mantida e um relator substituto seria indicado para a leitura do parecer no plenário da Câmara.

Segundo a assessoria do deputado, Quintal passou mal terça-feira à noite, no Rio de Janeiro, e veio para a capital federal ontem, onde foi internado no Incor, sendo levado direto para a UTI.

Ainda de acordo com a assessoria de Quintal, o parlamentar deve ficar internado por pelo menos 10 dias. O diagnóstico do hospital aponta para um infarto.

O relator substituto estava programado para ser indicado pelo presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), ontem à tarde. A votação estava prevista para começar às 19h de ontem. O parecer de Quintal pede a cassação de Queiroz, que foi acusado de ser um dos beneficiários do esquema do ''valerioduto''. O texto já foi aprovado no Conselho de Ética por 12 votos a favor e dois contra.

No seu parecer, o relator afirma que o coordenador do PTB de Minas Gerais, José Hertz Cardoso, confirmou que recebeu, a pedido de Queiroz, um cheque de R$ 50 mil da diretora financeira da agência SMPB, Simone Vasconcelos, em junho de 2003.

Na lista apresentada por Simone, Queiroz aparece como tendo sacado R$ 350 mil. Ele admitiu ter recebido outros R$ 102 mil da Usiminas, que foram intermediados pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

O deputado mineiro argumentou durante a sua defesa, que não se apropriou do dinheiro, que foi distribuído para uma série de campanhas municipais de seu partido no Estado.

Ontem, antes da indicação do substituto na leitura do processo, presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), comemorou a decisão do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que confirmou a convocação do Congresso.

- Estou muito contente. Desde o começo, era o que nós queríamos. O conselho preferia a convocação não remunerada, mas se não foi possível, paciência. Melhor esse desgaste do que paralisar os trabalhos - disse Izar.

Segundo ele, em janeiro, o Conselho terá condições de terminar, ''no mínimo'', seis processos de quebra de decoro parlamentar.

- Vamos mandar para a Mesa da Câmara. Se vai votar em plenário durante a convocação, isto vai depender da Mesa - apontou. Izar preferiu não antecipar quais os processos que poderiam ser concluídas durante a convocação.