Título: Emprego industrial estagnado
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 16/12/2005, Economia & Negócios, p. A18

Nem as vendas de final de ano animaram a indústria a contratar. O emprego do setor ficou estagnado, com variação de -0,1% entre setembro e outubro, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, a produção industrial também ficou estagnada. As fábricas não ampliaram as horas pagas como alternativa às admissões: pelo contrário, o número de horas extras recuou 0,6% no período. E a folha de pagamento, que vinha crescendo, voltou a encolher, com corte de 1,6% de um mês para outro. Em relação a outubro do ano passado, a situação também piorou nos pátios das fábricas. Houve queda de 0,2% no emprego, o segundo resultado negativo consecutivo. Os principais cortes no emprego partiram dos setores de calçados e artigos de couro (-14,1%) e de madeira (-14,4%). Ainda na mesma comparação, as principais contribuições positivas, em nível nacional, foram observadas em alimentos e bebidas (6,6%) e meios de transporte (5,5%).

Dez locais dos 14 investigados reduziram vagas. Rio Grande do Sul (-8,8%) e Paraná (-2,6%) apresentam os maiores cortes de pessoal. No Rio Grande do Sul, as demissões superaram as admissões em 13 dos 18 ramos, sobressaindo-se negativamente calçados e artigos de couro (-20,9%). No Paraná, o setor de madeira (-20,4%) foi o que mais demitiu entre os nove segmentos em queda. As pressões positivas vieram de São Paulo (2,2%), Minas Gerais (2,3%) e região Norte e Centro-Oeste (2,7%).