Título: Alckmin e Serra disputam apoio de Fernando Henrique
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 20/12/2005, País, p. A5

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o prefeito de São Paulo, José Serra se uniram para exaltar ícones do partido e elogiar a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em mais um lance da disputa pela preferência do PSDB. Ao discursar ontem na inauguração da nova sede municipal do PSDB, Alckmin disse que ''o Brasil é outro depois do governo FH''. Ao citar os ex-governadores Mário Covas e Franco Montoro como modelos, Serra lembrou Sérgio Motta, que morreu em 1998, quando era ministro das Comunicações de FH.

- Motta fez um processo de privatização das teles limpo, que serviu aos interesses do país e do setor, uma área super-espinhosa. Imagine o que teria acontecido com as teles se as empresas de telecomunicações fossem estatais. A gente tem memória para apresentar - atacou Serra.

Alckmin descreveu sua gestão como ''uma nova fase do governador Mário Covas''. Alckmin e Serra disfarçaram a disputa interna que travam para terem o nome lançado à Presidência da República trocando elogios. Os dois comemoraram o resultado da pesquisa Datafolha sobre a avaliação de seus mandatos. Serra, porém, recomendou que o partido acompanhe mais as ações na prefeitura para converter essa boa avaliação em capital político.

- Crescemos na população de até cinco mínimos. O crescimento foi aí. Esse crescimento tem que se dar na política também - disse

Apesar de defender a importância da avaliação do mandato, Serra acrescentou que a investida não significa usar a máquina pública:

-Não sabemos usar a máquina. Não queremos mudar essa nossa tradição, mas é fundamental que a gente aprenda ter trabalho político na cidade.

Serra também contou ter chamado os subprefeitos das regiões mais desenvolvidas para analisar o resultado da pesquisa que mostra certa rejeição entre eleitores com renda familiar acima de dez mínimos.

Alckmin e Serra pregaram a unidade e fizeram críticas ao governo Lula. Recebido ao som de ''queremos o Geraldo presidente do Brasil'', o governador sugeriu que o PSDB preserve ''laços de solidariedade, de companheirismo, de lealdade''. Os dois minimizaram a liderança de Orestes Quércia para a corrida ao Palácio dos Bandeirantes. Alckmin, porém, admitiu que é preciso ''humildade'' para admitir que o quadro não é ''bipartidário'' e Serra reconheceu que é ''indiscutível'' o peso de Quércia na eleição. (FP)