Título: Brasileiro gasta 69% mais no exterior
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Fonte: Jornal do Brasil, 20/12/2005, Economia & Negócios, p. A18

Os gastos de brasileiros no exterior cresceram 69% nos 11 primeiros meses do ano, ante igual período do ano passado, incentivados pela desvalorização do dólar. O montante acumulado até novembro chegou a US$ 4,3 bilhões, ante US$ 2,5 bi verificados no mesmo período de 2004, segundo o Banco Central. Assim, o superávit nesta conta, de US$ 329 milhões no ano passado, transformou-se em déficit de US$ 821 milhões.

Os dados levaram o BC a elevar mais uma vez a previsão para o déficit, de US$ 800 milhões para US$ 1,2 bilhões. Já o gasto de estrangeiros no Brasil teve uma elevação menor, de 21,3%, e acumula US$ 3,502 bilhões.

O BC divulgou, ainda, que a dívida externa brasileira em setembro chegou a US$ 183,151 bilhões, US$ 8,2 bilhões abaixo da registrada em junho. É o menor patamar desde 1996, quando atingiu US$ 179,9 bilhões. O dado não contabiliza o pagamento de US$ 15,5 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) realizado na semana passada.

No mês, o resultado global do balanço de pagamentos - fluxo de transações financeiras e de bens e serviços do Brasil com outros países - ficou superavitário em US$ 4,358 bilhões, e no ano acumula saldo positivo de US$ 14,994 bilhões.

A conta de transações correntes - fluxo de bens e serviços - registrou superávit de US$ 1,737 bilhão em novembro e US$ 13,711 bilhões. Os dois resultados são os melhores para novembro e vêm embalado pela balança comercial.

O ingresso de investimento estrangeiro direto totalizou US$ 1,175 bilhão, acumulando US$ 13,711 bilhões no ano.

Para o chefe do departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes, os indicadores das contas externas tiveram melhora significativa nos últimos anos e já se assemelham aos registrados por países emergentes.

Lopes ressaltou a relação entre o passivo e o produto Produto Interno Bruto (PIB), pelos seus cálculos, chegou a 14,8%, o melhor desde 1996.

- Os indicadores econômicos estão muito bons. O balanço de pagamentos está totalmente diferente do que tínhamos há dez anos. Estamos bem posicionados do ponto de vista do setor externo - disse Lopes.

Com Silmara Cossolino