Título: Oposição vê manobra
Autor: Juliana Rocha
Fonte: Jornal do Brasil, 19/12/2005, País, p. A6

O projeto de lei da reforma política, que inclui a proposta de financiamento público de campanha, deverá entrar na pauta da Câmara durante a convocação extraordinária do Congresso. A oposição acusa o governo, porém, de tentar correr para aprovar o projeto a tempo de entrar em vigor já nas eleições de 2006, o que seria inconstitucional, já que deveria ser aprovado com um ano de antecedência.

Sem dinheiro, PT e partidos aliados do governo não teriam possibilidade de bancar suas campanhas. Além disso, depois do escândalo de corrupção, empresários têm receio de fazer doações. A verba pública reduziria o problema financeiro.

- O que vai diminuir a corrupção e inibir o caixa dois é a punição. O PFL é contra a correria com que o governo quer votar a Reforma Política - diz o líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia (RJ).

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), - que é aliado do governo - defende o projeto de lei que, segundo ele, ajudaria a acabar ''com a relação promíscua entre doadores e candidatos''.

A posição do presidente do Senado não é unânime no PMDB. Uma ala do partido é contrária à mudança.