Título: BB reconhece erro
Autor: Fernando Exman e Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 22/12/2005, País, p. A3

A auditoria feita pelo Banco do Brasil (BB) na prestação de contas dos recursos da Visanet gastos pelas empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza confirma a tese da CPI dos Correios de que houve irregularidades no pagamento antecipado de serviços de publicidade e na utilização do dinheiro. - O relatório de auditoria do Banco do Brasil aponta que os adiantamentos não foram justificados e não tiveram sua necessidade comprovada - informa o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

A auditoria aponta que os adiantamentos feitos antes de 2003, no governo Fernando Henrique, ''possuíam campanhas publicitárias que os justificassem na nota de sua liberação''. Ou seja, as irregularidades teriam ocorrido a partir do governo Lula. No total, as antecipações à DNA, empresa de Marcos Valério, somaram R$ 92,1 milhões.

O documento da CPI indica que parte dos adiantamentos foi calcada em notas falsas para comprovação dos serviços que deveriam ser feitos pela DNA. Segundo o laudo da Polícia Federal, os desembolsos de 19 de maio de 2003, no valor de R$ 23,3 milhões, de 28 de novembro de 2003, de R$ 6,4 milhões, e de 12 de março de 2004, no total de R$ 35 milhões.

O Banco do Brasil, em documento enviado à CPI, informa que ''não havia definição de competências, alçadas e responsabilidades até setembro de 2004'' para análise dos gastos, que a descrição dos serviços prestados é genérica, que os adiantamentos foram feitos sem garantia ao Banco e declara ainda que não houve acompanhamento dos desembolsos.

- Preciso reconhecer que o Banco do Brasil cortou na carne - afirmou Serraglio ao comentar a auditoria (F.P).