Título: Brasil Telecom na mira
Autor: Fernando Exman e Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 22/12/2005, País, p. A3
Os auditores da CPI dos Correios questionaram os pagamentos feitos pela Brasil Telecom às agências de publicidade DNA e SMPB, de Marcos Valério Fernandes de Souza. De acordo com auditoria feita pela própria telefônica, os serviços foram feitos sem o trâmite normal, por meio de contratações paralelas ou ordens diretas da então presidente da Brasil Telecom, Carla Cicco, levada à empresa pelo banqueiro Daniel Dantas. Nesse último caso, aproximadamente R$ 3,5 milhões foram liberados em 2004.
A auditoria da empresa contesta a prestação e a qualidade dos serviços de publicidade. De acordo com técnicos da empresa, as campanhas publicitárias sequer foram utilizadas, tal seria a falta de qualidade. Mas Carla Cicco determinou, em maio de 2005, a contratação das empresas de Valério por R$ 50 milhões. Antes disso, a DNA e SMPB eram sub-contratadas por empresas formalmente contratadas.
A auditoria aponta que R$ 4,4 milhões de recursos da Brasil Telecom foram usados por Valério para fazer caixa. Desse total, há uma parcela de R$ 824 mil que deveria, mas não foi paga à empresa oficial de publicidade e R$ 3,6 milhões que foram adiantados para a prestação de serviços feitos um ano depois. O dinheiro foi enviado por tradings ao exterior.
A CPI dos Correios identificou diferenças entre os pagamentos feitos pela Telemig Celular e Amazônia Celular e os serviços prestados pelas empresas de Valério. Os integrantes da comissão enviaram ofício às empresas com pedido de explicações.