Título: Conselho de Ética marca nove depoimentos para três dias
Autor: Renata Moura
Fonte: Jornal do Brasil, 22/12/2005, País, p. A4

Depois do anúncio do ''recesso branco'' até 9 de janeiro, o Conselho de Ética resolveu na manhã de ontem apresentar sua agenda de atividades para o próximo ano e agendou nove depoimentos entre os dias 9 e 12 de janeiro. O cronograma foi para a comissão chegar no primeiro dia de funcionamento do plenário em janeiro, com pelo menos seis processos finalizados. Entre eles dos deputados Roberto Brant (PFL-MG), Pedro Corrêa (PP-PE), Professor Luizinho (PT-SP), Vadão Gomes (PP-SP), Josias Gomes (PT-BA) e Wanderval Santos (PL-SP). - A idéia é colocarmos ainda na semana do dia 16 de janeiro, quando efetivamente iniciam-se os trabalhos do conselho, a votação dos cinco processos. E em seguida, encaminharíamos os relatórios finais para o plenário - avaliou o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP).

O caso do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que segundo o relator Cézar Schirmer (PMDB-RS), estaria praticamente concluído deve demorar mais um pouco. Junto com João Paulo, também ficariam, na ''lista da amargura'', esperando a decisão do Conselho: José Janene (PP-PR), Pedro Henry (PP-MT), João Magno (PT-MG), e José Mentor (PT-SP).

Durante a reunião para anunciar o cronograma de trabalhos, Izar apresentou relatório de ''prestação de contas'' das atividades do Conselho. Repeliu cobranças da sociedade em relação à manutenção das reuniões ainda no final deste ano. E justificou: antes das festas de final de ano, não haveria condições de garantir a vinda de testemunhas, uma vez que vários convites já haviam sido declinados. Izar acrescentou que sem o plenário em funcionamento não haveria condições de contagem de prazos, no caso de recursos.

- É muito injusto atribuir ao Conselho, que segundo a Mesa da Câmara foi o órgão que mais trabalhou no Congresso Nacional, este fardo --afirmou o deputado do PTB.

Sentindo-se como ''bodes expiatórios da convocação extraordinária'', alguns integrantes jogaram balde de água fria na presidência das duas casas. O deputado Chico Alencar (PSOL-SP) chegou a afirmar que a convocação é uma farsa. Fruto de uma pauta pretensiosa, que nem mesmo chegará a ser cumprida em sua totalidade.

- Sabemos que não há condições de se votar tantos projetos. Agora, quero ver se vão colocar logo no início da pauta a votação do fim da remuneração em caso de convocação extraordinária e a diminuição do recesso parlamentar de três meses para um - afirmou.

O deputado ainda lembrou da necessidade de Izar e dos colegas conselheiros trabalharem no mês de janeiro para garantir quorum para sessões de segunda a sexta-feira.