Título: Parentes de vítimas criticam
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 22/12/2005, País, p. A5

A abertura dos arquivos, no entanto, não foi comemorada por parentes de vítimas da ditadura. A vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Cecília Coimbra, desafiou a Casa Civil a mostrar algum documento que dê esclarecimentos sobre mortos e responsáveis por crimes no período.

Segundo Cecília, a Lei 11.11/05 assinada em maio estabelece que todos os documentos que resultem em ameaça ''à soberania, à integridade territorial ou às relações exteriores'' continuarão sob sigilo. Dentre eles, estariam os relacionados à Guerrilha do Araguaia.

Diretora do grupo no Rio de Janeiro, Vitória Grabois, teve o pai, irmão e marido mortos na guerrilha. Ela disse que os arquivos da Abin não informam as circunstâncias das mortes.

- É uma atitude muito tímida do governo. Tem que abrir todos os arquivos da Marinha, Exército e Aeronáutica que foram os repressores. Quero respostas.

A assessoria da Casa Civil informou que as críticas ''não tem fundamento, todos os documentos expirados 30 anos serão liberados''.