Correio Braziliense, n. 22524, 17/11/2024. Política, p. 2
Fome: questão política
Na cerimônia de encerramento do G20 Social, Lula recebeu um documento com as principais reivindicações dos movimentos sociais para serem levadas à Cúpula do G20, que ocorre amanhã e terça-feira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Aterro do Flamengo. O documento tinha como uma das principais causas a taxação dos super-ricos para ter “justiça social” e investir o montante em políticas sociais, ambientais e culturais.
“Eu dizia que a gente só ia conseguir acabar com a fome quando ela se transformasse em assunto político. Enquanto ela for apenas um assunto social, não será tratada com respeito. É preciso assumir responsabilidade e é isso que vou tentar fazer, ao entregar esse documento aos países que estão aqui”, prometeu Lula.
O presidente reforçou a mesma mensagem ao participar do encerramento do Festival Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, à noite, na Praça Mauá, na Zona Portuária carioca. “Quando nós decidimos colocar a questão da fome para ser discutida no G20, foi porque queríamos transformá-la numa questão política. Enquanto é tratada como questão social, é apenas um número estatístico que as pessoas utilizam na eleição e depois esquecem”, enfatizou.
Encontros
Lula reuniu-se ontem com o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres; com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo; e com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn. Ao todo, o presidente realizará cerca de 20 bilaterais até o fim do G20. O encontro com Milei foi desmentido pela Presidência da República. As reuniões mais esperados são as agendadas com Joe Biden (Estados Unidos) e Xi Jinping (China).
O norte-americano desembarca hoje no Brasil e passará por Manaus para conhecer a Amazônia antes de chegar ao Rio de Janeiro — o encontro com Lula deve ser na terça-feira. Xi Jinping também chega hoje ao Rio, mas se reúne com o presidente brasileiro, em Brasília, na quarta-feira.