Correio Braziliense, n. 22525, 18/11/2024. Política, p. 2

Membro do Brics apoia taxar ricaços



A proposta brasileira de taxar os super-ricos tem pelo menos um apoio de peso: o do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa — cujo país é um dos membros fundadores do Brics, ao lado do Brasil, da Rússia, da Índia e da China. A proposta de tributar 2% dos 3 mil indivíduos mais endinheirados do planeta, que detêm um patrimônio de US$ 15 trilhões, chegou a ser consenso nos debates sobre finanças que precederam o G20, mas enfrenta resistências.

Ramaphosa defende que o valor arrecadado pode financiar um fundo de preservação ambiental.

Em julho passado, os ministros da Fazenda do G20 e representantes de bancos centrais chegaram a dois consensos: o da tributação de super-ricos e a reforma de bancos de desenvolvimento. No entanto, há um clima de apreensão sobre o tema devido à resistência do presidente da Argentina, Javier Milei. Esse, inclusive, é um dos pontos que pode emperrar a declaração conjunta dos países.

O momento mais aguardado pela presidência brasileira do G20 é o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, primeiro evento da cúpula. Não se sabe ao certo quantos países já aderiram ao compromisso internacional — o governo brasileiro garante que são mais de 40.

No lançamento, representantes de Estados Unidos, Alemanha, Bangladesh, Serra Leoa, França e Finlândia confirmaram participação. Organizações internacionais também afirmaram que participarão, caso do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que anunciou R$ 140 bilhões à iniciativa.