Título: Cheque especial resiste a corte nos juros
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 22/12/2005, Economia & Negócios, p. A19

A redução nos juros básicos da economia promovida pelo Banco Central não foi suficiente para a redução das taxas cobradas pelo uso do cheque especial.

Em novembro, os juros do cheque especial subiram 0,6 ponto percentual, para 149,2% ao ano, segundo pesquisa divulgada ontem pelo BC. Foi a única taxa ao consumidor que apresentou alta no mês.

A taxa das operações de crédito pessoal caiu de 70,3% em outubro para 68,7% em novembro. Colaborou para esse movimento a redução ocorrida no crédito consignado, que passou de 37,2% para 36,9% ao ano.

A maior queda ocorreu na taxa para a aquisição de bens exceto veículos, com redução de 2,7 ponto percentual, para 56,4% ao ano. Para a compra de automóveis, os juros passaram de 35,6% para 34,9% ao ano em novembro.

A taxa média das operações para pessoa física ficou em 60,4% ao ano, uma redução de 1,3 ponto percentual. Esse é o menor valor da série histórica, iniciada em junho de 1994. Isso foi possível pela redução do spread (diferença entre taxa de captação e taxa de concessão) em 0,7 ponto percentual, para 43,2 pontos percentuais.

No caso das pessoas jurídicas, a taxa de juros média em novembro caiu 1 ponto percentual em relação ao mês de outubro, para 32,4%. O spread está em 14,1 pontos percentuais, uma redução de 0,4 ponto.

A taxa média geral das operações de créditos em novembro recuou 1,1 ponto percentual, para 47,1% ao ano. Para o BC, o movimento reflete a flexibilização da política monetária e a redução dos spreads.

A Selic (taxa básica de juro da economia brasileira) foi reduzida nos últimos quatro meses, de 19,75% em meados de setembro para 18% hoje.