Título: Devolução do extra
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 21/12/2005, País, p. A3

A repercussão do pagamento extra durante a convocação da Câmara em janeiro já fez com que alguns deputados abrissem oficialmente mão do ''bônus-extra''. Na Diretoria-Geral da Casa Baixa, sete deputados já comunicaram que não querem receber os recursos. A lista, inclui os petistas Mauro Passos (SC), Antônio Biscaia (RJ), Walter Pinheiro (BA), Dr.Rosinha (PR), Luciano Zica (SP), além de Lincoln Portela (PL-MG) e Orlando Fantazzini (PSOL-SP). Atitude denominada por alguns de ''bom-senso'' poderá ser seguida por outros parlamentares. É que os pedidos podem ter sido feitos à Mesa Diretora da Câmara ou ainda à Presidência, e só depois serão encaminhados à Diretoria-Geral da Casa, responsável pela folha de pagamento. No Senado, Pedro Simon (PMDB-RS) já comunicou que não quer a remuneração.

- Não estamos fazendo nada além do nosso dever que é trabalhar. Não precisamos receber mais por isto - avalia Fantazzini.

A primeira parcela da convocação deve ser depositada na conta bancária dos parlamentares até o final da próxima semana, o que não impossibilita a devolução dos recursos.

- Podem receber e depois fazer uma transferência para a conta única da Câmara, pagando o CPMF da transação bancária - explicou um assessor da Câmara.

O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), que criticou por diversas vezes a remuneração pelas atividades do Congresso no período de recesso, também promete não ficar com ''um só centavo'' que seja resultado da convocação. Vai doar o que ''lhe é de direito'' para três instituições de caridade de São Paulo. Mas faz uma ressalva: vai esperar que sejam debitados todos os descontos de previdência privada e outros impostos antes de fazer a doação.

- Primeiro, vou esperar os descontos na folha. Acho que todos deveriam fazer o mesmo - concluiu Izar.

Os congressistas podem também indicar as contas bancárias a serem beneficiadas pelo bônus extra.