Correio Braziliense, n. 22528, 21/11/2024. Política, p. 2
Padilha enfatiza ação das instituições
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, ontem, que golpes e atos contra a vida de autoridades da República foram derrotados pelas instituições brasileiras e pelo povo.
Ele se referia à descoberta pela Polícia Federal de um plano para matar o presidente Luiz Iná cio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cuja autoria e participação é atribuída pelos investigados a militares do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF associa o plano à tentativa de um golpe para impedir a posse de Lula. Padilha participou de um evento promovido pelo Grupo de Mídia da China (CMG), paralelo à visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping (leia reportagem na página 4). Além dele, estava presente Geraldo Alckmin. “Esta semana, nós vimos, mais uma vez, que todas as tentativas de atos criminosos, inclusive de golpes, que afetariam a vida desse senhor que está ao seu lado, nosso vice-presidente da República, também foram derrotados pelas instituições brasileiras, pelo povo brasileiro, pela nossa comunidade”, frisou Padilha.
O responsável pela articulação política do governo foi aplaudido. Além deles, compareceram ao evento o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Elogios a chineses
No mesmo discurso, Padilha fez elogios à comunidade chinesa e afirmou que agora o país voltou a ter uma visão de priorizar o multilateralismo, em vez de ofender o povo chinês. Ele acusou Bolsonaro de promover o ódio contra chineses.
“Infelizmente, num período recente no nosso país, nós vivemos a situação de um presidente da República, um governo anterior que promovia xenofobia contra a China no país”, ressaltou o ministro, à época deputado federal pelo PT de São Paulo.
Padilha destacou ainda que Bolsonaro praticamente destruiu as relações do Brasil com a China, em diversas frentes de relacionamento. Os laços agora estão sendo reconstruídos, e o governo atual aposta “numa política externa que valorize a multiculturalidade”. “Nós tivemos que enfrentar, no Congresso Nacional, posturas, discursos, atitudes absolutamente xenófobas do ex-presidente da República, que sabemos que interferiu profundamente nos nossos laços de cooperação econômica, cultural, social, acadêmica, política, que nós nunca mais deveríamos ter destruído, como quase foram destruídos no período anterior”, disse. “Graças a Deus, graças ao povo brasileiro, graças à luta do povo brasileiro, graças, também, à solidariedade da comunidade internacional, essa visão xenófoba foi derrotada nas eleições em 2022.”
Impressão no Planalto
O arquivo com o plano de execuções de Moraes, Lula e Alckmin foi impresso nas dependências do Palácio do Planalto, o local de trabalho do presidente da República. Para os federais, o documento tinha “características terroristas”.