Correio Braziliense, n. 22544, 07/12/2024. Cidades, p. 13
Parlamentares fecham apoios de lideranças
Na última semana, os parlamentares do DF conseguiram fechar o apoio de lideranças de alguns partidos na Câmara dos Deputados. Além do PSD — primeira legenda a anunciar que vai se opor ao corte no Fundo Constitucional — MDB, Republicanos, PL, PP e União Brasil devem fechar questão com a causa.
Presidente do PSD-DF, o empresário Paulo Octávio pontuou que as reuniões com o presidente da Câmara e os líderes de partidos, na última semana, foram muito importantes para as articulações. “Agora é convencer outras lideranças, para mostrar a importância desse recurso e que ele não é um investimento, mas um custeio”, opinou.
De acordo com o empresário, o grande pleito da bancada do DF, durante a reunião com o Lira, foi que o relator seja um “deputado independente e que tenha bom senso”. “Não se faz ajuste fiscal prejudicando um estado, mesmo que não seja o DF. O corte no Fundo Constitucional não vai impactar tão positivamente os cofres do governo federal”, argumentou o empresário.
Além dos partidos e lideranças, nomes de peso na política nacional reconheceram, na última semana, a importância do Fundo Constitucional para o Distrito Federal. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse, durante uma comissão no Senado, que o recurso é essencial e que tem sido “bem aplicado” no DF.
Outro nome histórico que saiu em defesa do FCDF foi o ex-presidente da República José Sarney. Ao Correio, ele ressaltou que o recurso é de interesse não só da capital do país, mas de todo o Brasil.
Oposição na base
O PCdoB, da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é contra a mudança no FCDF. Em nota publicada ontem, o diretório regional do partido no Distrito Federal manifestou oposição à proposta do governo federal. A legenda, que integrou a coligação de Lula nas eleições de 2022, afirmou que o fundo é essencial para o equilíbrio financeiro da capital federal.
Segundo o partido, dos R$ 67 bilhões previstos no orçamento do DF para 2024, R$ 25 bilhões têm como origem o FCDF. A dependência, segundo a sigla, se dá pelas peculiaridades econômicas de Brasília.
O PCdoB-DF também criticou a justificativa do governo para a mudança, alegando que a busca por isonomia entre os entes federados desconsidera as especificidades locais.