Correio Braziliense, n. 22549, 12/12/2024. Economia, p. 7
Haddad reage reticente a BC
Raphael Pati
Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevar a taxa básica de juros para 12,25%, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, salientou não acreditar que o pacote fiscal apresentado no dia 27 de novembro tenha causado impacto no aumento mais forte da Selic.” Foi (uma surpresa) por um lado, mas tinha uma precificação nesse sentido”, disse o ministro, reticente no comentário.
“Vou olhar com calma e vou analisar no comunicado, vou falar com algumas pessoas, depois do período de silêncio”, completou.
Haddad disse que há uma dificuldade de parlamentares em processar as medidas propostas. “Nós enviamos um ajuste que consideramos adequado e viável politicamente.
Poderia ter mandado o dobro para lá, mas o que vai sair é o que importa”, acrescentou.
O ministro ainda ressaltou que acredita ser suficiente o prazo apertado do Congresso Nacional para aprovar as propostas enviadas antes do recesso parlamentar.
“Nós procuramos calibrar o ajuste para as necessidades de manutenção da política fiscal”, completou.
Mercado Antes mesmo do anúncio do Copom, o mercado ficou animado durante o pregão de ontem, com as ações de bancos e da Petrobras em ritmo de alta, além de resultado positivo no setor de serviços. Diante disso, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) subiu 1,06%, aos 129.593 pontos. Foi a terceira alta consecutiva da bolsa, o que não ocorria desde outubro.
O dólar encerrou o dia em queda substancial de 1,30%, cotado a R$ 5,96. Vale destacar que a moeda norte-americana não fechava um pregão abaixo de R$ 6 desde o final de novembro.