Título: Gangues de menores na mira da polícia
Autor: Marco Antônio Martins
Fonte: Jornal do Brasil, 18/11/2004, Rio, p. A14

Grande número de adolescentes suspeitos leva Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente a assumir o caso

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) vai investigar os assaltos ocorridos durante o fim de semana na Zona Sul do Rio. A atribuição, que seria da Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat), foi passada à DPCA pela Secretaria de Segurança Pública devido ao grande número de jovens envolvidos com os ataques a estrangeiros na cidade. As imagens das câmeras instaladas na orla já foram requisitadas para ajudar na investigação. - Vamos ainda fazer fotos e levantar todos os detalhes para explicar a atuação desses grupos. Será um inquérito-mãe que unirá todos os casos. Vamos identificar essas quadrilhas - afirmou o subchefe de Polícia Civil, delegado José Renato Torres.

A investigação começa pelo mapeamento e identificação dos assaltantes que atuam na Zona Sul do Rio, principalmente Copacabana, Ipanema e Leblon. Depois, o levantamento de dados será feito na região do Centro, Santa Teresa e Barra da Tijuca, locais de grande aglomeração de menores e onde os turistas têm sofrido maior número de ataques.

- Não acredito em lideranças ou crime organizado. Há grupos que agem em locais específicos e têm assustado as pessoas - comentou um inspetor da DPCA que participa das investigações.

Um dos casos que será apurado pelos policiais civis é o da turista japonesa Yoshiko Magoshi, 61 anos. Ela foi atacada na sexta-feira, numa tentativa de roubo, quando acabou esfaqueada e depois atropelada. Yoshiko continua internada em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Copa D'Or, em Copacabana.

O hospital informou que os resultados da tomografia abdominal à qual ela foi submetida na manhã de ontem foram bons e que, por isso, os médicos decidiram diminuir a quantidade de sedativos que estão sendo aplicados. Apesar disso, ainda não há previsão de alta.

A paciente ainda respira com a ajuda de aparelhos e usa um dreno para retirar a água e ar da região pulmonar.

Junto às investigações, policiais militares ampliarão, de acordo com o planejamento da Secretaria de Segurança, o patrulhamento na orla do Rio. A idéia é que o policiamento tenha mais mobilidade e não fique estático em um determinado ponto do bairro. Com isso, o secretário interino de Segurança Pública, delegado Marcelo Itagiba, espera reduzir o número de ataques a turistas.