Título: Elevação prejudica planos do varejo
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Fonte: Jornal do Brasil, 18/11/2004, Economia, p. A17

A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de aumentar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual foi criticada por representantes do varejo. Para o presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), a atitude mais correta teria sido a manutenção dos juros. - A tendência é que tenhamos maior restrição de crédito para o consumidor no início de 2005, o que deverá frear as vendas no varejo e, em conseqüência, a produção industrial voltada para o mercado interno, os investimentos e a geração de emprego e renda - afirmou o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman.

A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) considerou a elevação da Selic para 17,25% ao ano foi ''inoportuna, desnecessária e equivocada e terá um efeito muito pequeno nas operações de crédito''.

Repercussão negativa também junto à Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). Apesar de afirmar que o ajuste nos juros vai ser motivo de preocupação para o comércio de bens e serviços fluminense, a federação ressalta que a previsão para o Natal segue positiva.

- O setor espera aumento de 10% no faturamento, na comparação com o mesmo período de 2003 - diz Orlando Diniz, presidente da Fecomércio-RJ.

Já o presidente da Federação Nacional das Empresas de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), José Arthur Assunção, apoiou a decisão do Copom. Para ele, o BC vem adotando uma política de ajustes na taxa de juros nos últimos meses para administrar o crescimento, garantindo a inflação sob controle.

As decisões do Copom já pesam no bolso da população. Pesquisa publicada ontem pelo Procon de São Paulo revelou que a taxa média mensal de juro do empréstimo subiu de 5,19% em outubro para 5,25% em novembro, no segundo mês consecutivo de alta da Selic.