PFL ABRE PROCESSO CONTRA ROSEANA POR INFIDELIDADE
Lydia Medeiros
O Globo, n. 26735, 18/10/2006. O País, p. 9

Senadora apóia Lula, apesar de seu partido estar coligado com o tucano Geraldo Alckmin

BRASÍLIA. A executiva do PFL abriu ontem processo contra a candidata do partido ao governo do Maranhão, senadora Roseana Sarney, por infidelidade partidária. O processo solicitando sua desfiliação foi proposto pelo deputado Alberto Fraga (PFL-DF). Na disputa presidencial, Roseana apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que obteve 75% dos votos em seu estado. O PFL apoia o tucano Geraldo Alckmin.

A hipótese mais provável é que Roseana se filie ao PMDB, partido do pai, o senador José Sarney (AP). O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), determinou que o diretório do Maranhão cite a senadora para que apresente defesa.

Algumas ausências na reunião - como a do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), do líder da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do coordenador da campanha de Alckmin, senador Heráclito Fortes (PI) - sinalizam as dificuldades para punir a senadora. Se Roseana deixar o PFL, poderá levar consigo Edison Lobão (MA). Isso poderá comprometer planos do partido, que quer reivindicar a presidência do Senado. O PFL disputa com o PMDB a maior bancada no Senado. Bornhausen deixou claro que sua preocupação é trabalhar por Alckmin.

-  Não estou preocupado com a eleição do Maranhão, mas com a eleição nacional.

Roseana argumentará que buscou o apoio do PSDB no Maranhão, mas que o presidente da legenda, Sebastião Madeira, teria declarado que preferia tomar cicuta a apoiá-la. Roseana dirá que só declarou apoio a Lula depois que o PSDB do Maranhão aderiu à candidatura de seu adversário. Ela não comentou a decisão da executiva.