Título: Incor-DF abre. Parcialmente
Autor: Rafael Baldo
Fonte: Jornal do Brasil, 18/11/2004, Brasília, p. D5

Por enquanto, o hospital atende emergências e faz exames

O Instituto do Coração (Incor-DF) finalmente abriu. Sem inauguração ou alarde, o hospital abriu para exames e atendimento de emergência de pacientes encaminhados por outros hospitais. Com capacidade para trinta internações, na fase inicial, os leitos ainda não estão disponíveis à rede pública. Falta pleitear o cadastramento do Incor-DF no Sistema Único de Saúde (SUS). - Este ano está difícil, não tinha nada programado no orçamento do SUS - justifica José Francisco Ramirez, presidente nacional do Incor. A demora para abrir os serviços ao sistema público e convênios particulares não impedirão o funcionamento do hospital, segundo Ramirez.

Além das emergências de hospitais públicos e do Hospital das Forças Armadas (HFA) - onde está localizado o Incor - a unidade atende também quem a procura diretamente, dependendo do caso. Com mais de oitenta funcionários, entre médicos e enfermeiros, o hospital realizou no dia de inauguração apenas cinco exames.

- Inauguração não é a palavra certa. Abrimos o Incor-DF - corrige Ramirez. O receio do presidente é justificado. Depois de seguidos avisos de inauguração, a unidade do Distrito Federal cancelou três vezes a abertura.

Uma pequena parte da estrutura ainda não foi construída, mas toda a area médica está pronta. Para os três primeiros meses, somente 30% do hospital estará funcionando. Até o final de 2005, o Incor-DF pretende funcionar totalmente, com 120 leitos disponíveis.

Durante o último ano, problemas de licitação com material e equipamento médico atrasaram a inauguração. O projeto do Incor-DF começou em 2000, quando um pedido especial do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) em trazer o hospital para Brasília atraiu a direção da instituição.

Depois de quatro anos e um investimento de R$ 100 milhões, saídos do orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado, o hospital finalmente foi construído na capital federal.

Essa ajuda governamental também trouxe a possibilidade de convênio com a Universidade de Brasília. A direção do hospital aguarda envio de documento para formalizar a parceria. Estudantes e residentes da UnB farão parte de um Centro de Ensino integrado, assim como o Incor-SP realiza com a Universidade de São Paulo.

Outro diferencial no ingresso do hospital na rede de saúde distrital está no tratamento das crianças. Segundo o pediatra Jorge Afiune, mais de 300 crianças no DF necessitam de tratamento cardiológico ao longo do primeiro ano de vida.

- Integrando o Incor no SUS, o atendimento a pessoas carentes e o diagnóstico precoce será muito mais fácil - mostra Afiune. O pediatra estima que em um ano esta meta seja atingida.

O diretor cirúrgico do Incor-DF, Luiz Fernando Canêo, acredita que o primeiro transplante de coração realizado no Distrito Federal torne-se realidade em 2006. Até hoje, os pacientes que necessitam de transplante do órgão apelavam para São Paulo e outras capitais.

O presidente José Francisco Ramirez espera ampliar o número de leitos do hospital, mas só a partir de 2008. Segundo ele, os leitos atualmente oferecidos são suficientes para a demanda regional.

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