Título: Crescimento 'acelerado'
Autor: Karla Correia
Fonte: Jornal do Brasil, 29/12/2005, País, p. A2

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar na retomada de um ritmo acelerado de crescimento na economia a partir de 2006 ontem, durante cerimônia de assinatura de convênios para a expansão de universidades em 14 estados. Lula ainda ratificou a antecipação do pagamento da dívida brasileira com o Clube de Paris, programada para dezembro do próximo ano e vinculou a renovação da política econômica do governo ao cumprimento dos compromissos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o Clube, conforme anunciado pelo Ministério da Fazenda no último dia 19.

- Acreditem que o Brasil entrou, definitivamente, na rota do crescimento econômico. O país está preparado para crescer durante 10 ou 15 anos de forma sucessiva - afirmou o presidente Lula, na solenidade.

Ele ressaltou a importância do investimento em educação, em um cenário de crescimento anual de 5% na economia, para que o desenvolvimento do país não seja detido pela falta de mão-de-obra especializada.

O presidente aproveitou a cerimônia para pedir ao Congresso agilidade na aprovação do projeto que cria o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. A possibilidade de não sair do papel soa mal em um ano de eleições presidenciais. E fica um tanto pior quando acontece depois de um ano em que o governo contingenciou cerca de 30% dos recursos orçamentários destinados à pasta de Educação, enfrentou 112 dias de greve nas universidades federais e falhou em obter consenso, entre seus próprios membros, em torno de uma proposta de reforma universitária.

Boa parte das derrotas colecionadas pelo governo na área de educação veio da discórdia entre os ministérios sobre como lidar com as despesas relacionadas à educação. Consciente desse embate travado entre as pastas de Educação e da Fazenda, Lula reiterou a importância de aumentar o investimento em educação a partir do próximo ano, e disse que a pasta não deve ser vista como ''gasto''.