Título: Vendas externas atingem meta
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Fonte: Jornal do Brasil, 29/12/2005, Economia & Negócios, p. A17

Quatro dias antes de terminar o ano, o país superou na terça-feira a meta de exportar US$ 117 bilhões em 2005, fixada pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Segundo o Ministério, a soma das exportações do ano atingiu US$ 117,005 bilhões. Depois de seis anos consecutivos de saldo comercial negativo, motivados pela paridade da cotação do real com o dólar, que estimulava as importações, a balança comercial brasileira passou a ser superavitária em 2001. O real começou a ser desvalorizado em relação ao dólar em 1999 e, desde 2002, o país vem batendo recordes anuais de exportação.

Por causa dos resultados obtidos neste ano, recentemente o Banco Central revisou para cima a projeção para as exportações de 2006, que subiu de US$ 123 bilhões para US$ 124,5 bilhões. O BC espera que o superávit comercial seja de US$ 44,5 bilhões no ano que vem, ante US$ 43 bilhões na previsão anterior. A expectativa para as importações é de US$ 89 bilhões.

O último relatório de inflação do ano, divulgado ontem pelo Banco Central, trouxe a expectativa de que a dívida externa total (pública e privada) feche o ano em US$ 165 bilhões. O montante representa US$ 50 bilhões a menos em relação a dezembro de 2003, sendo também o menor valor desde 1995, quando totalizou US$ 164 bilhões. Em 1999, o total da dívida externa era de US$ 225 bilhões. Em setembro de 2005, caiu para US$ 183 bilhões.

A representação da dívida em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 46% em 2002 para 21% em 2005.

- É o menor valor em relação ao PIB desde 1975, que era de cerca de 20% - afirmou o diretor de Política Monetária do Banco Central, Afonso Bevilaqua.

O BC também reviu de US$ 13,6 bilhões para US$ 15 bilhões a expectativa para o saldo em transações correntes (corrente de comércio, serviços e transferência de renda entre o Brasil e outros países).

- A revisão foi motivada pelo resultado melhor das exportações no ano. Fomos surpreendidos pelo resultado e revisamos as estimativas - disse o diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua.

No entanto, foi reduzida a previsão de entrada de investimentos estrangeiros diretos no país este ano, de US$ 16 bilhões para US$ 15 bilhões.

Silmara Cossolino, com agências