Título: Patrus rebate críticas
Autor: Renata Moura
Fonte: Jornal do Brasil, 30/12/2005, País, p. A2

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, disse ontem que houve ''mau entendido'' no Congresso Nacional sobre a discussão do Orçamento. - Ou está faltando informação ou é uma disputa política - disse.

Deputados da oposição criticaram quarta-feira o item do relatório setorial de Trabalho, Previdência e Assistência Social que prevê a transferência de R$ 900 milhões do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) para o programa Bolsa-Família.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que seria uma ''mera jogada de marketing, porque o Bolsa Família é a menina dos olhos do governo''.

De acordo com o ministro, a transferência do dinheiro faz parte da estratégia do governo, que consiste em unificar os programas sociais.

Patrus afirmou também que o Peti prevê dois tipos de repasses de verbas aos municípios brasileiros. Uma parte dos recursos é destinada às famílias inscritas no programa, que recebem R$ 40 por criança retirada do trabalho infantil, no caso de famílias que morem na cidade, e R$ 25 para aquelas que moram no campo.

A outra parte da verba é repassada para as prefeituras investirem em centros onde são promovidas atividades sócio-educativas para as crianças freqüentarem no turno em que não estão na escola. Neste caso, é repassado R$ 20 por criança da área rural e R$ 10 por criança da área urbana.

- O que nós estamos fazendo é trazer para o Bolsa-Família o repasse de verbas do Peti que é feito para as famílias. E os recursos do Peti serão totalmente destinados às ações sócio-educativas - explicou o ministro.

Patrus afirmou que as famílias continuariam recebendo o mesmo valor do Programa de Erradicação Infantil, mas por meio do cartão do Bolsa-Família.