Título: Mantega rebate críticas
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 30/12/2005, País, p. A5

O ano de 2006 só começará daqui a algumas horas, mas o debate eleitoral já foi antecipado nos últimos dias. Ontem, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, mordeu a isca lançada na quarta-feira pelos pré-candidatos do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, José Serra. Ao defender o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das críticas dos dois, Mantega não só afirmou que a gestão do PT atingiu a maior parte das metas nos últimos anos, como também praticou juros, na média, inferiores aos dos dois mandatos do PSDB.

- Se tem alguém que não pode abrir a boca para falar de juros nesse país são os senhores Alckmin e Serra. Entre 1995 e 2002, a média de juros reais no país foi de 15,6%. Entre 2003 e 2005, por sua vez, foi de 10,9% - comparou Mantega, que foi ministro do Planejamento de Lula nos dois primeiros anos de governo.

Na quarta-feira, Alckmin e Serra fizeram um balanço do governo Lula em 2005, o qual classificaram de ''decepcionante''. Alckmin lembrou que o Brasil apresentou uma taxa de crescimento inferior às dos demais países emergentes e disse que não houve avanços no campo das reformas. Segundo ele, os juros altos esfriaram a economia do país.

De todas as críticas, Mantega ressaltou justamente aquelas em que Alckmin citou uma suposta ''falta de planejamento''. Ex-ministro dessa pasta, ele afirmou que o presidente conseguiu cumprir a maior parte das metas do ano. Segundo ele, isso por si só demonstraria que não faltaria planejamento. Conhecido por seu temperamento dócil, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) reagiu ontem aos simpatizantes do governo que consideram exagerado os ataques do tucano ao governo.

- A crítica é injusta. O PSDB às vezes até tem sido criticado por ser light. Era chamado de 'Picolé de Chuchu', não é justo ser chamado de 'Pimentinha'- declarou .

O governador já está em ritmo de campanha. Ontem, ele anunciou medidas populares que vão desde a liberação de R$ 30 milhões para o recapeamento da Marginal Tietê, favorecendo seu rival José Serra, a prorrogação de reduções tributárias e até mesmo ampliação de benefícios de transporte para idosos.

Com agências