Título: Um feliz 2006 na Bolsa de Valores
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 31/12/2005, Economia & Negócios, p. A17

O ano chega ao fim consagrando o mercado acionário como o celeiro das melhores oportunidades de investimentos. Nem o juro em alta foi capaz de ofuscar o desempenho do segmento, que deixou para trás as aplicações em renda fixa. A passagem incólume do mercado pela crise política dá aos especialistas conforto para prever um novo ano de boas oportunidades, mesmo com o calendário eleitoral. Alguns analistas, porém, aconselham cautela, com a manutenção de recursos em aplicações conservadoras, já que a queda da taxa Selic não será suficiente para tirar seu atrativo em termos de rentabilidade.

- O ano de 2005 foi muito satisfatório. O mercado mostrou maturidade com a crise política. O Ibovespa acumulou 27% mas o estrangeiro ganhou 40% graças à desvalorização do dólar - avalia Marco Melo, chefe de pesquisa da Ágora Senior.

O PIBB (Papéis Índice Brasil-Bovespa) atingiu valorização de 39% no ano. Quem comprou na segunda emissão, em outubro, teve retorno de 12%.

- Surpreende o resultado dos fundos de ação (25,3%), que superaram os DIs (18,05%), graças aos resultados da Petrobras, Vale do Rio Doce e bancos - afirma Marcelo D'Agosto, do Fortuna.

Marco Melo aposta em um 2006 bom para a Bolsa, projetando um Ibovespa aos 42 mil pontos em 12 meses, o que daria uma alta de 30%.

- E minhas apostas são papéis do setor petroquímico, empresas ligadas a consumo interno, além de Vale, que ainda não refletiu no preço o reajuste do minério de ferro.

Alexandre Póvoa, sócio da Modal Asset Management, recomenda cautela.

- Sugiro a alocação de grande parte dos recursos em DI, algo em prefixados e algo em bolsa, nos setores ligados ao consumo interno, que ainda não estão tão valorizados.

O analista de investimentos do Banco Prosper Julio Martins aconselha investimento em multimercados para se prevenir da volatilidade.

- O gestor poderá redirecionar os recursos para investimentos mais favoráveis em um cenário desfavorável. Mas acredito em um possível somente no fim de junho, mas é pouco provável. Não houve mudanças de regras e isso tranqüiliza o capital estrangeiro.

O advogado Rodrigo Aranha tem um perfil de investidor arrojado. Tem 60% de seus recursos alocados em fundos multimercados (com e sem alavancagem); 25% em um fundo DI; e 15% no PIBB.