Título: Tarifas sob controle
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 02/01/2006, Economia & Negócios, p. A16

Para o professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), Heron do Carmo, se a inflação deste mês se mantiver abaixo da apurada em janeiro de 2005, é sinal de que o ano será de inflação estável, com chances de alcançar a meta de 4,5%, prevista para 2006. - Vamos ver o que acontecerá este mês. Geralmente janeiro é um mês pressionado pelo aumento dos preços administrados, que este ano devem ter uma trajetória diferente. Outros fatores são aumento de produtos in natura. Porém, o IGP-M baixo vai segurar as tarifas reguladas pelas agências, e as que seguem o IPCA, a exemplo do IGP, também devem apresentar subidas bem abaixo das que foram verificadas em 2005.

Donos de veículos podem se preparar para pagar um aumento médio de 6% no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) deste ano, na avaliação do professor da PUC-Rio. Vale destacar que o imposto deverá ser pago em cota única ou em três parcelas mensais, iguais e sucessivas. Pagamentos em conta única e antecipados terão desconto de 10%. As taxas de serviço do Detran-RJ, o seguro obrigatório e a taxa de serviço devida à instituição bancária não são objeto de desconto.

O bombeiro Márcio Garcia precisou poupar nas compras de Natal para não faltar dinheiro para arcar com o IPVA. Garcia, que usa o 13º salário para o pagamento do imposto, respira aliviado com o aumento médio de 6%.

Já o comerciante Paulo César Marques, que vai pagar o IPVA parcelado, não gostou de saber do aumento de 43% do DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), que todos os motoristas têm de pagar anualmente, junto com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. Desde ontem, o valor do seguro para carros de passeio, veículos de aluguel e táxis vai passar de R$ 53,06 para R$ 76,08. Sobre esses valores, ainda há o acréscimo de 7% referente ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O reajuste - que já está em vigor - é quase nove vezes a inflação prevista para o ano, que deverá ser de 5,7%, de acordo com estimativa do Banco Central.

O aumento, de acordo com a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), foi para equilibrar a arrecadação e a indenização. Em 2005, os valores de indenização por cobertura para morte e invalidez permanente era de R$ 10,3 mil. A partir de agora, as indenizações serão de R$ 13.479,48. (C.M.)

Colaborou Cristiane Crelier