Título: ''Linha de defesa mudou'', diz Fruet
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 03/01/2006, País, p. A2

Uma das críticas mais ácidas foi feita pelo sub-relator da CPI dos Correios Gustavo Fruet (PSDB-PR). Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou preservar só a si mesmo na entrevista tentando, ''salvar a própria pele''. Fruet disse que, apesar de ter perdido o início da entrevista, achou que Lula mudou a linha adotada até aqui sobre o escândalo do mensalão, principalmente sobre as investigações da CPI.

- Antes ele dizia que a CPI não tinha provas. Agora, que vai aguardar o relatório final para tirar conclusão.

Para Fruet, ao falar do ex-deputado José Dirceu e do PT e dizer que é melhor esperar pela conclusão da CPI, Lula ''criou mais expectativa sobre o relatório final''.

O deputado do PSDB defende incluir ''tudo'' no relatório, o que significa abrir espaço para a confirmação de caixa dois na campanha do senador tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas, e o envolvimento de outros parlamentares da oposição com o valerioduto.

Sobre a afirmação de Lula de que seu governo atendeu a todos os pedidos da CPI no fornecimento de informações, Fruet disse não acreditar em conspiração ou sonegação dos documentos, mas comentou que a obtenção dos dados ''não foi tão simples assim''.

- Até agora a gente não conseguiu acesso à movimentação de Duda Mendonça na conta Dusseldorf. A PF tem perícias não concluídas, o Banco do Brasil mudou a base de dados duas vezes e a Receita, a pretexto do sigilo fiscal, nada diz sobre os investigados - disse Fruet.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) classificou como ''fracasso total'' a entrevista de Lula e afirmou que ''como todo mentiroso'', o presidente Lula demonstrou insegurança.