Título: China cresce 9,8% em 2005 e supera a França
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Fonte: Jornal do Brasil, 03/01/2006, Economia & Negócios, p. A17

A China, hoje a sexta maior economia do mundo, deve ter fechado 2005 com avanço de 9,8%, segundo previsão da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento do governo chinês. Se esse número se confirmar, será o mais novo recorde no desempenho da economia chinesa e que pode ter passado inclusive a França no posto de quinta maior economia do planeta. O resultado supera a marca anterior, de 9,5%, alcançado em 2003 e em 2004. A previsão anterior da comissão apontava para avanço de 9,4% em 2005.

- A cifra foi ajustada devido à revisão do PIB de 2004 - disse U Xinqian, vice-ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.

O número oficial do PIB ainda está sendo calculado e só deve ser divulgado nas próximas semanas. A revisão feita por Xinqian surpreende as previsões dos analistas de mercado, que chegaram a estimar desaceleração da economia da China durante 2005.

O anúncio da nova projeção aconteceu durante conferência sobre produção de carvão na cidade de Jinan, na província de Shandong. O vice-ministro afirmou que a economia chinesa ''está em plena forma e cresceu no último ano em um ritmo relativamente rápido''.

O vice-ministro assinalou também que a produção industrial cresceu 16,3% em 2005 em relação a 2004, enquanto o investimento em ativos fixos aumentou 25% no ano passado. Ao mesmo tempo, o comércio exterior chinês registrou crescimento de 23% e o índice de preços ao consumidor se manteve abaixo da média de 2% durante o ano passado.

No fim de dezembro, a China revisou o PIB de 2004 e passou a Itália no posto de sexta economia do mundo. Os números foram revisados para corrigir uma subavaliação do setor de serviços, que ampliou de 31,9% para 40,7% sua participação na expansão do PIB. A revisão mostrou que, além das exportações, o mercado consumidor interno chinês tem força para andar com pernas próprias.

A dívida externa da China cresceu a um ritmo mais desacelerado nos primeiros nove meses de 2005 em relação ao mesmo período de 2004, após o governo ter restringido as quantias que os bancos podiam tomar emprestadas no exterior. O governo estava preocupado com a possibilidade de especuladores estarem usando os empréstimos para apostar na valorização do yuan, a moeda do país.