Título: Oposição à margem
Autor: Sérgio Pardellas, Daniel Pereira e Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 04/01/2006, País, p. A4

Para integrantes da oposição, houve discriminação na liberação de emendas. Eles dizem que, enquanto partidos aliados ao Planalto foram agraciados com a liberação de mais de 70% dos valores, apenas metade das emendas das siglas que fazem oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram empenhadas.

- Para que aprovar orçamento se o governo só executa o que quer? - questiona o líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP).

O tucano reclama ainda que São Paulo, teria sido discriminado por conta dos embates políticos do presidente com o governador, Geraldo Alckmin, e com o prefeito da capital paulista, José Serra, que disputam a candidatura do PSDB à Presidência da República em 2006.

Segundo levantamento do PFL, a bancada de São Paulo foi contemplada com empenhos orçamentários de quase R$ 23 milhões em 2005- o correspondente a apenas 11,3% sobre o valor dotado inicialmente. São Paulo foi o segundo estado menos beneficiada com o empenho de emendas de bancada em 2005, ficando atrás apenas do Maranhão, com meros 2,5% dos valores. Goldman acusa ainda o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, de retaliação pessoal contra Serra e Alckmin.

- Não dá para fazer acordo neste governo, porque não há quem mande. Fizemos um acordo com Jaques Wagner e ele não cumpriu. No Ministério das Cidades, só levou recursos a turma do mensalão. Na Integração Nacional, só ganha quem o Ciro Gomes quer - reclama Goldman.

Para o líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA), seu estado também foi ''mal tratado''. A bancada baiana conseguiu emplacar apenas 24,1% das dotações.