Título: Crise do gás afeta mercado
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Fonte: Jornal do Brasil, 04/01/2006, Economia & Negócios, p. A16

O ano começou com o pé esquerdo no mercado de petróleo. Ontem, as cotações voltaram a ser pressionadas para cima e o barril do óleo leve americano (WTI) ultrapassou os US$ 63, maior valor em mais de dois meses. Isso ocorreu porque os investidores aproveitaram a instabilidade trazida ao mercado pelos problemas de distribuição de gás na Europa para comprar contratos.

O barril WTI com vencimento para fevereiro encerrou em alta 3,44% na Bolsa de Mercadorias de Nova York. Já o barril do óleo tipo Brent com vencimento para o mesmo mês subiu 4%, para US$ 61,35 na ICE Exchange de Londres.

A Rússia, responsável por 25% do abastecimento de gás natural da Europa, fez um breve corte no envio de gás devido a problemas com a Ucrânia. A estatal russa Gazprom cortou o envio do produto depois que a Ucrânia se recusou a pagar quatro vezes mais pelo gás. Cerca de 75% do que Rússia envia ao resto da Europa passa pela Ucrânia, o que causou uma crise no continente em pleno inverno. O gás é o insumo usado na calefação de casas e comércio.

De acordo com especialistas, a briga pelo preço e exportações de gás é apenas pano de fundo para uma disputa política entre os presidentes dos dois países. O ucraniano Viktor Yushchenko está buscando estreitar as relações com a Europa à medida que se afasta do governo de Moscou.

O corte no envio de gás foi anunciado dia 1º de janeiro, mas não resistiu aos protestos dos países europeus e o abastecimento foi restabelecido na segunda-feira.

Com agências