Título: Ministério concorrido
Autor: Hugo Marques e Sérgio Pardellas
Fonte: Jornal do Brasil, 11/01/2006, País, p. A3
Não por acaso, PMDB e PL já travam uma pesada disputa nos bastidores para a sucessão do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL), que deve deixar a pasta no final de março, prazo final para concorrer a uma cadeira na Câmara nas eleições de outubro. Dos R$ 13,5 bilhões em investimentos que o governo terá para gastar esse ano, a maior fatia, R$ 3,38 bilhões, estará à disposição dos Transportes. Em seguida, aparecem os ministérios das Cidades (R$ 1,7 bilhão) da Integração Nacional (R$ 1,25 bilhão), da Defesa (R$ 1,058 bilhão), da Educação (R$ 708 milhões), Turismo (R$ 372,8 milhões) e Esporte (R$ 273,2 milhões). Desses, apenas um ministério é comandado por um petista, Fernando Haddad, da Educação, uma indicação do ex-ministro Tarso Genro.
Em contrapartida, os ministérios com menos bala na agulha para gastar em 2006 são o das Comunicações (R$ 37,5 milhões), Cultura (R$ 34,9 milhões), Trabalho (R$ 6,3 milhões), das Minas e Energia (R$ 5,1 milhões), e das Relações Exteriores (R$ 2,7 milhões).
No Ministério dos Transportes, as obras de recuperação de estradas e rodovias federais, incluídas no pacote anunciado há duas semanas pelo presidente Lula, vão consumir o maior volume de recursos: R$ 440 milhões. Além da operação tapa-buraco, os investimentos em transporte incluem a construção e recuperação de rodovias, portos e ferrovias e duplicação de trechos rodoviários.
O ministério pretende inaugurar em 2006 a obra da ferrovia Norte-Sul, considerada um importante capital político no ano eleitoral.
A expectativa do ministério é começar ainda este ano a construção da estrada da margem direita do acesso ao Porto de Santos.