Título: Ex-diretor complica IRB
Autor: Renata Moura
Fonte: Jornal do Brasil, 11/01/2006, País, p. A5

O ex-diretor Técnico do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) Carlos Murilo Barbosa Lima afirmou ontem à CPI dos Correios que um seguro pago em 2004, com prejuízo aos cofres públicos de R$ 15 milhões, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), teve a aprovação do atual presidente do instituto, Marcos Lisboa.

Na época, Lisboa era o presidente do Conselho de Administração, órgão máximo do IRB. No início de junho de 2005, ele assumiu o comando da diretoria em resposta do governo ao escândalo do mensalão. Foi uma indicação do ministro da Fazenda Antonio Palocci.

As acusações de irregularidades no IRB surgiram em junho, quando a revista Veja noticiou que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) exigia uma mesada de R$ 400 mil por mês do ex-presidente do instituto Lídio Duarte, uma indicação de seu partido. No dia 7 de junho, caiu a diretoria do IRB, incluindo Lima, que depôs ontem na subrelatoria que investiga o instituto na CPI dos Correios.

O plenário ficou vazio. Apenas o subrelator, o deputado Carlos Willian (PMDB-MG), entre os integrantes da CPI, estava presente. Um caso investigado pela CPI é o pagamento de um seguro de R$ 15 milhões em 29 de setembro de 2004 à Companhia de Fiação e Tecidos Guaratinguetá. A empresa foi atingida por um incêndio em 5 de dezembro de 2003, mas só teria assinado a apólice que lhe dava direito ao seguro nove meses depois.

A emissão da apólice, que permitiu a liberação da quantia, foi feita pela companhia de seguros Aliança da Bahia. Segundo o TCU, o IRB determinou que a seguradora fizesse o pagamento e bancou 98,78% do valor. Houve acordo na Justiça de São Paulo com a empresa Guaratinguetá. O TCU diz que esse acordo judicial foi assinado por um funcionário que não tinha competência para isso. (FP)