Título: Alckmin tenta seduzir o PFL
Autor: Josie Jeronimo
Fonte: Jornal do Brasil, 12/01/2006, País, p. A2

A ofensiva do governador Geraldo Alckmin em busca de apoio para concretizar sua pretensão de se lançar candidato à Presidência pelo PSDB levou ontem o presidente do PFL, Jorge Bornhausen até o Palácio dos Bandeirantes. Na reunião, que contou com a presença de Cláudio Lembo (PFL), vice-governador de São Paulo, e Gilberto Kassab (PFL), vice-prefeito da capital, Alckmin disse ao senador que gostaria de repetir nacionalmente a aliança que PSDB e PFL têm no estado. A corte do governador é uma espécie de contra-estratégia à posição do prefeito do Rio que demonstrou interesse em se lançar candidato caso Alckmin fosse o eleito do PSDB para disputar as eleições majoritárias em 2006 . Maia acredita que o governador seja um candidato menos consistente do que Serra, e assim, teria mais chances na disputa. Ontem, o senador pefelista reafirmou o compromisso da legenda com Maia. De acordo com Bornhausen, até março o partido fica preso a definição do prefeito do Rio.

¿ Nossa posição é esperar a decisão do prefeito Cesar Maia. Isso é um compromisso partidário, fruto de uma decisão do diretório ¿ disse.

Fortalecido com o fogo cruzado de petistas e tucanos na crise, o PFL ganha tempo e acumula bônus para ter poder de barganha com o PSDB caso não lance candidato próprio. A aliança entre as siglas poderia se dar com a candidatura de Serra ou Alckmin disputando a Presidência com um vice do PFL, sendo Cesar Maia o nome mais provável. No entanto, ontem, em entrevista à rádio CBN, o tucano afirmou que gostaria de ter um vice do nordeste.

O governador se movimenta no tabuleiro eleitoral demonstrando que, na ausência de um nome forte do tucanato para disputar as eleições para o governo do estado, apoiaria o candidato do PFL. Nas mãos do prefeito do Rio, que não se apressa em definir sua candidatura, a pretensão de Alckmin só ganharia força com o apoio do PFL. O problema é que Maia afirmou que só abriria mão da própria candidatura para apoiar o prefeito de São Paulo. No entanto, segundo Bornhausen, a cúpula do PFL não faz coro com a opinião do prefeito sobre os pré-candidatos tucanos:

¿ Nós temos um bom diálogo com o governador e com o prefeito de São Paulo. Até congratulo o PSDB por ter candidatos tão bons. Os dois são grandes nomes, mas há uma perfeita isenção.

Cesar Maia não quis comentar a ¿isenção¿ da cúpula pefelista em relação a escolha do PSDB. Disse que o presidente da sigla ¿fala por todos¿ e que ainda não tinham conversado sobre a reunião no Palácio dos Bandeirantes.

Enquanto Alckmin se lança ao campo da pré-disputa, já comentando, inclusive, sobre a formação de seu ministério, Serra se mantém reservado. Ele disse que as articulações do governador não o pressionam.

¿ Não me sinto nem me sentirei pressionado. Não vejo como pressão o que o Alckmin falou ¿ disse referindo-se ao anúncio do governador em se afastar do estado em março. Com agências