Título: Pacto contra ''acordão''
Autor: Renata Moura
Fonte: Jornal do Brasil, 12/01/2006, País, p. A3

Devido à absolvição do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) no plenário da Câmara e com o andamento de outros processos de cassação que se aproximam do final, os presidentes da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), e do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), firmaram pacto para tentar evitar ''acordão'' para livrar os parlamentares da perda de mandato no Congresso.

Eles se reuniram ontem e chegaram a consenso para que a CPI subsidie o conselho com informações que possam ser usadas pelos relatores dos processos de cassação. A intenção é fundamentar de forma mais consolidada os pareceres.

O Conselho de Ética pretende votar na convocação extraordinária pelo menos seis dos 11 processos contra deputados suspeitos de envolvimento com o mensalão.

- O acordão já está repercutindo. Se existir o tal acordão, nós não saímos nas ruas. Se não houver responsabilidade, nós não podemos nem caminhar nas ruas - disse Delcídio Amaral.

Para Ricardo Izar, a integração dos trabalhos do órgão com a comissão é essencial para a fundamentação dos processos.

- Nós precisamos fazer um trabalho conjunto. É muito importante a análise de documentos lá (na CPI) e aqui (no conselho). O presidente da CPI me garantiu que amanhã (hoje) todos os documentos solicitados estarão a nossa disposição. Se houver algum indício de acordo, vamos denunciar à nação conjuntamente - garantiu o presidente do Conselho de Ética.

Deverão ser encerrados hoje os processos contra os deputados Professor Luizinho (PT-SP) e Vanderval Santos (PL-SP). Mas as votações dos pareceres na Câmara ainda não têm data para acontecer.