Título: Batalha por afinação de negócio
Autor: Cristiane Crelier
Fonte: Jornal do Brasil, 30/01/2006, Economia & Negócios, p. A18

Indústria de instrumentos dobra exportação mas enfrenta ameaça chinesa e dólar baixo

LOS ANGELES, EUA - Uma estratégia afinada permitiu à indústria brasileira de instrumentos musicais conquistar novos mercados, elevando em 100% o volume exportado a cada ano desde 2003. No ano passado as vendas externas desses produtos somaram US$ 11,5 milhões. O resultado é fruto da luta dos empresários para convencer os estrangeiros a pagar mais por produtos de qualidade superior aos chineses, os grandes concorrentes mundiais no segmento. A ameaça asiática e o dólar em queda, porém, têm exigido do setor um esforço permanente para não perder o espaço duramente conquistado lá fora.

Na terceira semana de janeiro, 17 produtores brasileiros marcaram presença na Feira Internacional de instrumentos musicais - Namm Show 2006 - que aconteceu em Los Angeles (Califórnia, EUA). Instrumentos, amplificadores, cordas e assessórios brasileiros fizeram sucesso, resultando em contratos de exportação para diversos países, fechados à custa de muita capacidade de persuasão: muitos clientes chegavam aos estandes brasileiros com os preços chineses em mente.

- Esta é a razão de estarmos investindo tanto para levar nossos produtos às exibições internacionais, para mostrar que têm qualidade e que em nada se parecem com os fabricados com madeira sintética, de qualidade inferior, pelos chineses - afirma o presidente da Associação Nacional dos Pequenos e Médios Fabricantes de Instrumentos Musicais (Anafim), Alberto Bertolazzi.

Segundo o empresário, dono da Hering - que produz, entre outros, gaitas e guitarras - atualmente o setor exporta US$ 11,5 milhões e as exportações têm apresentado crescimento anual de 100%.

- Nossa meta para os próximos quatro anos é igualar esse número ao de importação (US$ 30 milhões). Desperdiçamos boas oportunidades no passado, primeiro com o sucesso da Carmen Miranda e depois com a Bossa Nova. Com essas feiras, estamos recuperando o tempo perdido. Em 2003, tínhamos quatro expositores na NAMM Music. Este ano, temos 17.