Título: Estradas na mira
Autor: Sérgio Pardellas e Daniel Pereira
Fonte: Jornal do Brasil, 17/01/2006, País, p. A5

Com o retorno dos parlamentares a Brasília, as comissões voltadas para questões relacionadas à infra-estrutura iniciarão os trabalhos em 2006 de olho no programa emergencial do governo federal para tapar os buracos das rodovias do país. E o principal alvo desses congressistas é a execução do orçamento de R$ 440 milhões nas obras que serão realizadas em 26,4 mil quilômetros de estradas.

Presidente da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) pretende convidar algum representante do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) para esclarecer possíveis dúvidas. Além disso, o senador pretende decidir com os demais integrantes da comissão uma estratégia para fiscalizar as obras que serão feitas em 25 estados .

Na Câmara, a estratégica já está desenhada. O presidente da Comissão de Viação e Transportes, Mário Assad Júnior (PSB-MG), disse que manterá um acompanhamento mensal por meio do Sistema Integrado de Acompanhamento Financeiro (Siafe) dos gastos da União com o programa. O deputado avalia que, por falta de planejamento, o governo lançou o plano tarde.

- O programa deveria ter iniciado antes. Mas, já que o governo está fazendo, tem que cumprimentar - disse Assad.

O deputado, que esteve ontem com o diretor-geral do DNIT, Mauro Barbosa da Silva, demonstrou otimismo quanto ao resultado final do programa governamental. De acordo com Mário Assad, o diretor afirmou que antes do carnaval o governo publicará o edital para restaurar as rodovias federais, após encerradas as obras emergenciais para tapar os buracos dessas estradas.

Com uma semana de duração do programa, o DNIT já tem mudanças em seus quadros. Os coordenadores regionais da entidade na Bahia e em Minas Gerais, respectivamente Carlos Fernando de Abreu e Gelson Cunha, não trabalham mais no órgão. Eles serão substituídos por Saulo Filinto Pontes de Souza e Sebastião de Abreu Ferreira. Segundo o Ministério dos Transportes, o ex-diretor do DNIT da Bahia foi demitido por ''questões técnicas''. Já Cunha pediu para deixar a diretoria do DNIT mineiro por razões pessoais.